segunda-feira, 13 de abril de 2009

Letra - Lágrima do Verme

Lágrima do Verme
(Letra e Música: Maurício Chaves)

Desde muito cedo eu fui um feto mal amado.
Sina desgraçada na barriga de alguém.
Como um verme, eu fui caçado
Como um verme, resisti,
Como um verme, rastejei,
Como um verme, eu nasci.

Gerado em desconforto num ventre apodrecido
Arrancado a ferro e fogo, jogado ao chão.
Desde cedo, me rodeia
Desde cedo, me procura
Desde cedo eu sinto o gosto
Sinto raiva e amargura.

Trapos de uma vida recortadas em migalhas
Tantas faces distorcidas em espelhos que criei
O meu mundo foi bizarro, mais eu sei que me fez bem.
Em casulos andantes
Vermes pensantes

(Disseminados em milhões apenas tu floresceste, foste regado e cultivado em prantos, dispersado em sangue agora sois.)

Como um verme, eu fui caçado
Como um verme, resisti,
Como um verme, rastejei,
Como um verme, eu nasci.

Um trapo ambulante,
Cultura e hipocrisia,
Artes subornadas em notas dissonantes
Lágrimas lendárias, solitárias, errantes.
Brilho louco de diamante.

Desde cedo me rodeia
Desde cedo me procura
Desde cedo eu sinto o gosto,
Sinto raiva e amargura.

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