Vulto Sem Medo
(Letra: Maurício Chaves; Música: Junior Figueiredo)
Senzala, seu grito ecoa
Ecoa entre os canaviais,
É martelo, é corrente, é chibata
É gente infeliz a chorar.
É o espelho polido com sangue
Em sua face se fez reluzir,
É a agonia do engenho gritando,
É a moléstia no corpo cansado.
Veja, a luz se alumiou,
O candeeiro se fez,
Em passos pro interior.
É o sujeito escapando a rezar
É o sorriso quebrado e sofrido
É o gemido dos versos sem graça
É a fumaça da brasa a implorar.
É o espanto do vulto sem medo
É o espanto que o medo criou
São mãos retalhadas, unidas
Feridas, pingando a sangrar.
Veja, a luz se alumiou,
A liberdade se viu
De andada pro interior.
É a face marcada e surrada
É seu filho, é seu neto, é o presente!
É a cultura, é senzala, é chibata
É pecado, é profano, é indigente.
É passado, é raiz arrancada
Bestial sentimento a dizer
É o mucambo caindo aos pedaços,
Em retalhos de carne de gente.
segunda-feira, 13 de abril de 2009
Letra - Vulto Sem Medo
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1 comentário
Música e Letra foda demais!!! Essa dá vontade de sair batendo cabeça!! rsr
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